A maioria das empresas no YouTube usam a técnica do “despejo”. Alguém na empresa é encarregado de carregar novos vídeos da empresa para o canal. O resultado é pouco ou nenhum, poucas vistas, zero perceção de marca. Isto não é uma estratégia eficaz de YouTube.
Ter sucesso no YouTube requer trabalho e pleaneamento. Neste artigo estão cinco pontos que se podem seguir para desenvolver uma melhor estratégia YouTube.
Os seus potenciais clientes estão no YouTube?
Sem dúvida que pelo menos alguns dos seus prospetos estão no YouTube. Alguém que use a internet, já usou o YouTube muito provavelmente.
É nesta altura que aconselho saber qual a sua buyer persona e conhecer o seu público-alvo fundo. Se ainda não fez este estudo, conheça bem o seu mercado porque caso contrário não irá obter resultados ótimos.
O que estão os seus potenciais clientes a ver no YouTube?
Saber que os seus prospetos estão no YouTube não chega. Para saber mesmo se deve investir recursos nesta plataforma, deve saber o que é que eles estão a ver e no que estão interessados.
Muitas famílias têm uma bicicleta em casa. É bom saber esta informação se eu vender bicicletas e quiser criar um perfil do meu potencial cliente, mas isso não me diz que eu deva investir em publicidade em mupis ou billboards, ou sequer onde colocá-las (zonas urbanas, rurais).
Precisamos aprender mais sobre o comportamento dos nossos ciclistas se queremos tirar melhor partido dos mupis e publicidade outdoor.
O mesmo se aplica no YouTube.
É necessário saber o que é que os nossos prospetos estão a ver no YouTube. Talvez passem muito tempo a ver vídeos sobre futebol, basquetebol, talvez culinários, ou avaliações de smartphones?
Responder a estas questões requer bom conhecimento do seu público-alvo. A melhor forma de obter esta informação é simplesmente perguintar. Entreviste alguns dos seus clientes e potenciais clientes para saber o que é que eles costumam ver no YouTube.
Esteja atento(a) a padrões e tendências. Distinga os diferentes tipos de pessoas do seu público-alvo com o seu buyer persona, para os organizar em segmentos. Mesmo uma organização básica vai ajudar bastante, especialmente se o seu público-alvo for muito variado.
Consegue criar conteúdo relevante que eles querem?
Para poder usar melhor o YouTube, encontre a sobreposição mágica, daquilo que os seus potenciais clientes estão atualmente a consumir e o tipo de conteúdo que você consegue e quer criar.
Se vender serviços de consultoria e os seus prospetos são utilizadores ferranhos do YouTube, mas só vêem clips de futebol, talvez seja melhor para si uma estratégia pura de publicidade.
Carregar vídeos só por carregar (técnica do despejo) e esperar pelo melhor não é uma boa estratégia. Ninguém vai ao seu canal YouTube à procura de testemunhos de clientes satisfeitos da sua empresa. Pode otimizar todas as palavras chave e descrições que quiser, mas não vai levar praticamente ninguém com conteúdo que as pessoas não querem ver.
Em vez disso, deve criar conteúdo de víeo para corresponder à intenção de pesquisa dos seus prospetos.
Concentre-se nas coisas que o seu público-alvo está a tentar aprender no YouTube. As pessoas vão ao YouTube por questões de entretenimento e educação. Para a maioria das empresas, competir com canais como MTV, Conan, Red Bull e outros é uma proposta derrotista. Podemos, no entanto, competir no ramo educacional.
Os vídeos instrucionais serão mais eficazes se estiverem relacionadas com a sua indústria, mas não necessariamente com o seu produto. Se a sua empresa estiver no ramo de software de contabilidade, um vídeo que ensina as diferenças entre factura, recibo e alterações recentes na lei (de forma simples) é um bom vídeo, mas um que ensina a mexer aprodundamente no programa, não. A maioria das pessoas está à procura de resolver algo específico (fazer sobremesas sem glúten) e não geral (o que é o glúten).
Como anunciar no YouTube de forma prática?
Se quer aumentar a perceção da marca e mais exposição no YouTube, pode complementar os seus esforços orgânicos com publicidade paga no YouTube. Publicidade no YouTube é acessível para a maioria das empresas, mesmo as mais pequenas.
Mesmo que não consigas criar conteúdo relevante para o YouTube, pode decidir anunciar e fazer retargeting. É possivel ter algum sucesso ao fazer “pura” publicidade.
O YouTube ainda tem CPM“Cost per mille” é o custo de 1000 vistas estimadas atraentes, mas apesar disso muitos marketers têm dificuldades em obter resultados a partir da publicidade do YouTube devido às opções limitados de segmentação. Pode segmentar anúncios pre-roll (os mais usados no YouTube) com base na área geográfica, demográficos, áreas de interesse e vídeos e canais específicos.
Se for uma marca relativamente grande B2C como a Desigual, estas opções são provavelmente suficientes. A Desigual pode segmentar qualquer mulher nas idades compreendidas entre 18-28, interessadas em moda, entretenimento e a viver em Espanha. Empresas deste género sentem que estas opções são boas o suficiente para alcançar muitos dos seus potenciais clientes.
Se no entanto vende serviços de destruição de dados, vai ter dificuldades com a segmentação. Não há forma de poder segmentar CEO’s ou responsáveis de marketing com a publicidade no YouTube. Em vez disso, necessita passar mais tempo a pesquisar a sua buyer persona. Talvez muitas das pessoas que compram serviços de destruição de dados gostam de ver vídeos de MMA (mixed martial arts) no YouTube. Talvez sejam homens com idades entre 25-40 que vivem em Portugal, ou talvez não.
Segmente os seus prospetos da forma mais específica que puder. Se está a segmentar alguém numa área específica (cidade, em vez de país), poderá estar a perder potenciais clientes, mas também estará a pagar por muitas impressões (visualizações) desnecessárias. Antes de lançar a sua próxima campanha de anúncios no YouTube, avalie como pode chegar à sua audiência da forma mais eficaz com as opções de segmentação.
Os seus potenciais clientes têm de chegar ao seu website?
Ter um canal YouTube com muitas visualizações e subscritores é apenas um meio para um fim.
O YouTube é bom para impressões da marca, mas menos bom se estiver à procura de levar tráfego (visitantes) diretamente para o seu website. As grandes marcas B2C (como a Coca-Cola) vivem à custa de manter os seus produtos top of mind, aumentando a exposição dos mesmos e de que as pessoas irão comprar o produto delas na próxima visita ao supermercado.
Para efeitos de perceção de marca, o YouTube é bom porque é mais um ponto de contacto em que não é necessário uma ação posterior (ir ao website, registar-se, contactar), tal como acontece com anúncios na televisão.
Se está à procura de algo mais do que apenas perceção de marca, então vai ser um pouco mais difícil, porque o YouTube está concebido para manter as pessoas no website, consumir mais vídeos, e mais anúncios.
Pode com certeza colocar links nas suas descrições e anotações de vídeo, mas será raro se tiver qualquer quantidade significativa de visitantes a partir daí.
YouTube como um meio válido de marketing
Qualquer sítio onde os seus potenciais clientes estejam a passar tempo e à procura de informação tem o potencial de ser um forte canal de marketing para o seu negócio, e o YouTube não é exceção. No entanto, para conseguir extrair resultados desta plataforma requer planeamento estratégia, pesquisa e uma boa aplicação da mesma.
Despejar vídeos no YouTube pode ser aquilo que a maioria das empresas fazem, mas é altamente ineficaz. É o mesmo do que carregar toda a imagem que conseguir do seu website para o Instagram. Imagens nessas redes sociais são boas, mas não é qualquer imagem que vai ter sucesso.
Não adicione vídeos só por adicionar. Crie e adicione vídeos que os seus potenciais clientes estão à procura e que estão desejosos de ver. Se não consegue criar vídeos deste género, então o YouTube não será um bom canal para si. E isso é normal. Encontre um meio de exposição que esteja melhor alinhado consigo e domine-o.