O content marketing, ou em Português, marketing de conteúdo, tem sido um dos meios mais eficazes para crescer os websites e empresas online desde há vários anos.
Mas o content marketing não é uma tática usada apenas nos dias de hoje:
- Em 1895 a empresa John Deere distribuía uma revista gratuita que ensinava os agricultores a terem colheitas mais lucrativas;
- Em 1900 a Michelin criou o Guia Michelin com dicas de manutenção para automóveis
- Em 1904 os vendedores da empresa Jell-O ofereciam um guia de receitas quando iam vender o produto de porta em porta.
Ao contrário dos anúncios, o conteúdo que é colocado em domínios e sites de autoridade permanecem online para sempre e podem continuamente promover um produto e posicionar uma marca no mercado.
Enquanto o marketing de conteúdos é importante, ele tem de ser bem implementado para ajudar um website ou uma empresa a crescer.
Por exemplo, o Google olha para o tempo passado numa página para perceber se o conteúdo está a ser lido, e também para as taxas de rejeição (bounce rates). Uma taxa de rejeição alta significa que o visitante ficou pouco tempo na página, o que quer dizer que provavelmente o conteúdo não era interessante o suficiente.
O Google decide muito as coisas baseado na relevância que um resultado de pesquisa e página web têm para os utilizadores, com o objetivo de apresentar as melhores respostas às perguntas ou problemas dos utilizadores.
Por isto, os websites têm de criar bom conteúdo, que seja envolvente, que agregue valor e que seja merecedor de ser partilhado.
Como é que o Content Marketing está a mudar?
Há vários anos atrás, os marketers e webmasters faziam “keyword stuffing”, ou seja, colocavam várias palavras-chave no conteúdo duma página, e com isso conseguiam ficar bem posicionados nos motores de busca.
Mas agora, o conteúdo tem de agregar valor.
Os websites têm de criar conteúdo que seja relevante e interessante para o seu público-alvo, para que o conteúdo seja consumido e digno de ser partilhável. Não importa qual o tema do conteúdo, este deve ser interessante e de alta qualidade.
O objetivo principal do Google é dar aos utilizadores resultados de pesquisa relevantes.
A melhor maneira que os motores de busca como o Google têm de perceber se o conteúdo é útil, é perceber se este foi lido e partilhado pelos visitantes (os backlinks ainda são um grande fator de posicionamento).
Se a página mostra que os visitantes estão a abandonar o site meros segundos após lá terem chegado, o Google penalizará a página nos resultados da pesquisa.
É por isso importante que o conteúdo seja:
- útil
- relevante
- interessante
Mas não seja uma fábrica de conteúdo
Está a inundar o seu público-alvo com conteúdo de baixa qualidade?
Muitas empresas e websites apostam no content marketing de forma errada: criam artigos como se o blog fosse uma linha de produção que tem de estar sempre a mexer. Resultado: artigos fraquinhos, conteúdo de baixa qualidade.
O objetivo deles é criar muito conteúdo na esperança de atrair tráfego, mas o problema é que estão a criar conteúdo sem verem se este é relevante e se aumenta a interação com os utilizadores e se resulta em vendas.
Uma das grandes disrupções no mercado digital atual é o tipo de conteúdo usado. Ferramentas, trials gratuitos, vídeos, ebooks, são maneiras de fazer com que o utilizador interaja com o seu website. Mas é com marketing de conteúdo interativo que levamos isto a outro nível.
Um novo tipo de content marketing?
Marketing de conteúdos interativo é uma nova maneira de gerar leads que envolve mais as pessoas e gera mais vendas a longo prazo.
Este conceito baseia-se em criar conteúdo que é interativo e que envolve os utilizadores. Quando a empresa partilha a sua oferta com o cliente, eles já têm um forte relacionamento com a empresa baseado na confiança e no conteúdo educacional que lhes deram.
O objetivo do marketing de conteúdos é aumentar as vendas, e isto só pode ser feito através de conteúdo interativo e envolvente.
Cada vez mais a nossa atenção é mais pequena, dedicamos menos tempo a ver ou captar informação externa. É necessário implementar um sistema de conteúdo que vá ao encontro desta tendência do ser humano prestar cada vez menos atenção a tudo.
Conteúdo como avaliações e questionários irão ser cada vez mais resultado, especialmente à medida que conceitos como a gamification (ou ludificação) e a utilização massiva de apps e dispositivos móveis continua a aumentar.
Por isso as empresas devem criar melhor conteúdo (e mais interativo) do que o simples ebook ou guia, que é conteúdo estático.
NOVO: Interactive Content Marketing
Conteúdo educacional e interativo envolve mais os utilizadores e cria mais oportunidades de vendas do que conteúdo estático.
Exemplo: um ebook (pdf) oferecido numa landing page em troca do email do visitante é prática comum.
Mas isto gera um problema: não sabemos se eles leram o ebook ou não, ou se tomaram alguma ação nos links do ebook ou se ele serviu para posicionar a sua marca melhor aos olhos deles.
Será que vale a continuar com o modelo estático do content marketing de trocar os dados do utilizador por um ebook?
Num estudo pela DemandGen Report, 91% dos compradores B2B preferem conteúdo em formato visual e interativo durante a compra. O mesmo estudo descobriu que apenas 11% dos compradores dão os seus dados de contacto em troca dum ebook.
Então mas que outras opções é que os marketers têm para captar os dados das pessoas? Temos várias, e interativas.
Eis exemplos de Interactive Content Marketing:
- Ferramentas de diagnóstico como o Website Grader da HubSpot.
- Calculadoras como esta calculadora para freelancers.
- Questionários, como este sobre Interactive Content (exemplo bem “meta”).
- Infográficos interativos, como este da Symantec.
- Estimadores de preço, como este que dá um orçamento para a criação de apps.
Quer continue a usar uma estratégia de content marketing mais tradicional, ou comece a usar o interactive content marketing, lembre-se que o objetivo de todo o conteúdo é agregar valor às pessoas para gerar resultados para a sua marca.
Com isso, apresento algumas dicas finais.
Foque-se no User Experience
Os motores de busca querem que os utilizadores se sintam satisfeitos ao utilizar a pesquisa. Por isso é que uma das tarefas dum profisional SEO (Search Engine Optimization) é otimizar toda a experiência do utilizador, começando com uma pesquisa estratégica de palavras-chave.
Afinal de contas sem os utilizadores não haveria motores de busca nem sites. Não trate as pessoas como um número, proporcione-lhes uma boa experiência, a começar por apresentar conteúdo de qualidade.
Obtenha melhor tráfego
Note que não escrevi “mais tráfego”, mas sim “melhor tráfego”. Mais vale ter pessoas a visitar o seu website que façam parte do seu público-alvo, do que uma série de visitantes que não têm interesse no seu produto ou serviço e abandona o seu site após ter entrado (prejudicando o seu posicionamento a longo prazo).
As pessoas vindas dos resultados de pesquisa, ou de publicidade paga (anúncios Facebook/Google), devem sentir uma experiência coesiva, ou seja, que o link em que clicaram os vai levar a uma página ou artigo onde estará algum tipo de resposta à sua pergunta ou solução para o seu problema.
Venda Produtos e Serviços
Com o content marketing pode educar, inspirar e gerar confiança nos utilizadores de forma a que eles venham a comprar o seu produto ou serviço. Isto pode ser feito através da experiência interativa que este novo marketing de conteúdos descrito neste artigo pode gerar.
Ter conteúdo relevante é uma das sugestões do Google para ter um bom site, de forma a melhorar a experiência para o utilizador, aumentar a perceção de marca e criar uma boa relação entre a empresa e o utilizador.
CONCLUSÃO
Muitas empresas hoje em dia “atiram” conteúdo cá para fora na esperança de que algum dele venha a gerar tráfego e interesse com o leitor. Mas mandar esparguete à parede e esperar que ele lá fique agarrado é uma tática de desespero e “não querer saber”.
Ao perceber aquilo que os seus clientes querem e dar-lhes conteúdo interativo, a sua empresa pode ter uma marca em que as pessoas confiam. É só quando percebe quem é o seu cliente, o seu público-alvo, é que pode começar a usar o seu conteúdo para dar às pessoas aquilo que elas querem.