A história do empresário que tinha um website
Um dia um empresário decidiu que era altura de tomar novas rédeas do website da empresa dele. Durante mais de 10 anos ele tinha tido uma presença na web que era aborrecida, aquele tipo de website que é institucional e não faz nada por si, é estático, e morto, em suma, que pratica um ou mais dos sete pecados mortais dum website.
Como começou a história?
Este empresário havia contratado, em 2000, um webdesigner/programador para construir o seu website, aumentar as vendas online e ter uma presença na internet para dar uma projeção duma imagem mais profissional para os clientes atuais. Mais de uma década depois, falhou redondamente em todos esses pontos. O que é que correu mal?
Segundo o empresário, ele e a equipa não tinham nenhuma noção de marketing online. A culpa não era do web designer, porque ele fora contratado pela experiência do mesmo em desenvolvimento web, através do qual todo o conselho que lhe haviam sido dados foi ignorado. O empresário e a equipa dele estavam mais preocupados em fazer com que o website ficasse “porreiro”, de acordo com as preferências e gostos deles e não estavam de todo preocupados com aquilo que os clientes e potenciais clientes poderiam tomar como importante.
Escusado será dizer que o empresário tinha pouco tráfego (visitantes) nos 13 anos da existência do website até então. Os motores de busca, como é o caso do Yahoo, Google ou Bing tinham pouco interesse no website dele porque era um site estático, parado, sem conteúdo de valor e era aborrecido. O único tráfego que o website deste empresário tinha, segundo ele, era aquele que vinha diretamente dos comerciais da empresa que referiam as pessoas ao website para ver um determinado produto. Havia praticamente zero tráfego de fontes externas.
Mas tudo isto mudou. Um dia este empresário resolveu que precisava de ajuda e chegou a cinco conclusões, que ele partilha desde já connosco.
1. Contrate alguém que saiba o que está a fazer para criar o seu website, e ouça aquilo que eles lhe dizem
Além do facto de que o website deste empresário era ineficiente, ele também não sabia quão ineficiente é que era até ter começado investigar os conceitos do que torna um bom website. Hoje em dia, confessa o empresário, ele olha para trás e pondera em quão ridículo é para ele ter pensado que poderia criar um website eficaz, justamente porque não tinha ideia do que estava a fazer. O aspeto visual do website é apenas uma pequena parte do sucesso dum website. A cara do website pode ser comparado ao pão num hamburger: a carne está por dentro na forma de código onde os motores de buscam olham para encontrar conteúdo relevante. Existem algumas ferramentas que permitem a análise e medição da eficácia do website, como é o caso do Google Analytics e do Marketing Grader.
O empresário avisa que poderá não ser necessário criar um website novo para obter bons resultados, mas será necessário determinar se o seu website atual tem a infra-estrutura para suportar técnicas modernas de web marketing tais como blogging, ícones com links para as redes sociais, otimização de motores de busca, entre outros.
2. Inscreva-se no Google Analytics para medir e analisar o tráfego no seu website e saber de onde ele vem
O nosso empresário não sabia quanto tráfego – ou falta dele – é que o website dele tinha até ter começado a usar o Google Analytics. Após a utilização do mesmo, percebeu que a quantidade de visitantes era deficiente, e mais grave do que isso, quando, na rara ocasião em que os motores de busca mostravam o website dele a um visitante e este visitava o website do empresário, eles só ficavam no website durante 1 ou 2 segundos e só viam a página onde aterravam (landing page), porque não havia mais nada de interessante para ver ou fazer após lá terem chegado.
O Google faz o rastreamento da experiência do utilizador quando mostra websites para os utilizadores, e porque a página de destino do website do empresário não era relevante para a palavra-chave que o Google usou para referir o visitante ao website do empresário, da próxima vez que alguém havia pesquisado por esse termo, o Google não mostrava o website do empresário porque havia considerado que não era relevante (por o website ser mau e os visitantes anteriores não terem permanecido no website mais do que 1 ou 2 segundos).
Eis um exemplo concreto. Se alguém fosse pesquisar por viagens de sonho e o website duma determinada empresa aparecesse nos resultados de pesquisa, o Google espera que o visitante seja levado para uma página de destino que contenha informação sobre viagens de sonho. Se o visitante for levado para uma página que mostra informação em quão bons eles são, ou texto do género “somos os melhores bla bla”, tanto o visitante como o Google vão encarar isso como uma má experiência de utilizador e o website desta empresa, muito provavelmente, não irá ser mencionado da próxima vez que alguém pesquisar por viagens de sonho. Por outras palavras, o empresário do nosso artigo recomenda que você se certifique que o conteúdo no seu website se enquadra com a informação que aparece nos motores de busca.
3. Pensar em conteúdo que seja relevante
Uma pergunta que o empresário lhe recomenda colocar a si próprio é que conteúdo é que você precisa e porque é que precisa disso? As respostas as estas duas perguntas podem ser usadas para analisar qualquer tipo de informação no seu website, como por exemplo nas páginas “Sobre Nós”, que informação é que precisa, e porquê; nos “Contactos”, que tipo de informação é que precisa e porquê e por aí fora nas outras páginas ou conteúdos.
Ele (o empresário) chegou à conclusão que o website dele estava cheio de informação útil que só algumas pessoas poderiam alguma vez estar interessadas em sequer dar uma vista de olhos. Ele tinha uma série de secções e imagens de produtos que não interessavam a ninguém. Quando ele se perguntou a ele mesmo, “será que eu preciso desta informação” e “porque é que preciso dela?”, ele foi capaz de reduzir a quantidade de conteúdo irrelevante no website. A quantidade de conteúdo relevante no website também é importante. O Google procura e indexa cada página num website que contenha conteúdo relevante, especialmente se o conteúdo for atualizado.
4. Adicionar conteúdo relevante ao seu website
Este empresário não tinha interesse nem tempo para aprender em como criar conteúdo de páginas com html, e perguntava-se como é que, como empresário, ele poderia adicionar conteúdo ao website sem criar páginas web. Ele não era um programador nem web designer. Aquilo que ele era (e ainda é) é um empreendedor com muita experiência no próprio negócio dele, na sua indústria.
Começou por criar um blog empresarial e fez integração do blog no website. Ao princípio ele estava cético na coisa, porque é que alguém iria querer alguma coisa que ele tivesse para escrever? Ele não lia nenhuns blogs nem sequer entendia ou valorizava o conceito de blogging até ele ter tentado descobrir toda a panóplia de informação do web marketing. Acontece que este empresário descobriu a ajuda que estava à procura através de – não surpreendentemente – de ler blogs na internet, como este.
Como é que um blog adiciona conteúdo relevante para o seu website? Para os motores de busca as páginas dum blog são como as páginas web, desde que ele esteja no seu website. De cada vez que fizer uma atualização ou colocar um artigo no seu blog, passa a haver novo conteúdo para o Google indexar e classificar. Eis as estatísticas deste empresário com 3 meses após começar um blog.
Ao fazer uso do Google Analytics para analisar o tráfego, o empresário foi capaz de rastrear o fluxo de tráfego em tempo real antes, durante e após os artigos do blog para determinar se o website estaria a gerar tráfego suficiente e de onde é que o tráfego viria. Como mostra o gráfico, há uma interligação entre bons artigos no blog e tráfego no website.
Mas isto não acaba aqui, o blogging é uma peça do puzzle, que quando combinado com as redes sociais pode produzir resultados surpreendentes.
5. Marketing nas Redes Sociais
O Facebook, Twitter e Linkedin podem representar fontes importantes de tráfego para a maioria dos websites. Este empresário há um ano atrás estava convencido que isto era tudo uma perda de tempo. Ele não tinha presença em nenhuma plataforma social, quer pessoalmente ou profissionalmente. No entanto, acabou por chegar à conclusão que isto teria de mudar. Criou à pressão uma página Facebook e começou a colocar publicações com informação dos produtos dele, promoções cupões, etc. Não viu resultados nenhuns. Após fazer muita investigação, ler alguns guias e absorver uma vasta quantidade de informação, começou a fazer alguns ajustes no tipo de conteúdo que estava a colocar na sua fan page.
O empresário passou de puro spam, que até então era o que ele andava a fazer, de tentar empurrar os produtos dele à força, para colocar conteúdo envolvente, que agregasse valor, com algumas promoções misturadas com conteúdo relevante. Enquanto isto, ele monitorava os diferentes tipos de conteúdo para determinar que tipo de artigos geravam mais cliques para o website, que afinal de contas é o objetivo dos esforços de marketing de toda a coisa. Ele descobriu que havia dois tipos de conteúdo que geravam mais interação:
- Publicações com imagens tinham mais cliques do que aqueles sem;
- Publicações com conteúdo informativo tinham mais cliques do que aqueles que não tinham.
A partir daí o empresário começou a colocar publicações com imagens e conteúdo informativo e educacional, e notou um aumento de fãs e maior perceção da marca, tendo passado de 52 Gostos para 164 Gostos em 3 meses de forma orgânica e natural.
Ele sugere ainda adicionar ícones e botões de partilha das redes sociais por todo o seu website, mas especialmente na sua Homepage e Blog, porque assim é mais fácil para as pessoas partilharem o seu conteúdo, e quanto mais fácil é para elas, mais o seu conteúdo será partilhado.
REVELAÇÃO: Quem é “o empresário” desta história?
O empresário desta história não existe. Ou por outro lado, existe. O empresário deste artigo acaba por relatar a experiência de muitos empreendedores. O perfil aqui descrito não é para ser negativo, mas antes para identificar a situação atual em que muitos bons empreendedores (e empreendedoras) se encontram. “Ele” muitas vezes não entra no mundo digital, ou quando entra, faz duas coisas: ou tenta fazer tudo sozinho com resultados medíocres, tendo entretanto usado muito do seu tempo que podia estar a empregar noutras atividades; ou então contrata os serviços mais baratos que encontra e entra na mesma espiral de mediocridade.
Como autor deste artigo espero que o meu leitor, ao chegar a esta conclusão, tenha achado este artigo como conteúdo de valor, útil, e no qual possa extrair conhecimento que o irá ajudar daqui para a frente.