– Quando se fala no digital e em marketing, as pessoas pensam em redes sociais. Será vital investir esforços para desenvolver relações com prospetos e clientes com o Facebook, Twitter, Instagram e Pinterest?
Porque fico cético no que toca a resultados que as redes sociais podem apresentar. As grandes marcas com os seus departamentos de marketing e vastos orçamentos conseguem investir e provavelmente obter bons resultados nessas plataformas de forma a tornar a experiência nas redes sociais interessante e intíma para com os utilizadores.
Mas, há uma certa perceção no ar que o espaço nas redes sociais está a tornar-se um pouco claustrofóbico, à medida que limita a visibilidade da empresa. Outra questão, é que estamos a dar controlo do nosso tráfego, prospetos e clientes para o Facebook e outras empresas.
– E a publicidade online?
Marketing nos motores de busca é uma opção válida, só que à medida que os algoritmos tornam-se mais complexos, é mais difícil (e mais caro) ir ao encontro dos nossos objetivos. Após deduzir o custo dos anúncios e o “custo de oportunidade”, ou seja, o tempo da gestão das campanhas, pode ser difícil ter um bom retorno ao investimento, apesar disto ser variável conforme a indústria e área de atividade.
– Então o que é que sobra para fazer?
Talvez não seja uma surpresa que as pessoas estão a voltar às origens em que muitos especialistas ainda acreditam ser o alicerce duma estratégia de sucesso, o bom e “velho” email marketing. É a melhor forma de criar, desenvolver e manter relações pessoais e possibilidade de escalabilidade. Nós controlamos o tipo de pessoas com as quais queremos interagir e atrair com a sua newsletter, e ter os meios para definir o tipo de cliente ideal que queremos.
Com o email marketing podemos “curar conteúdo” ou re-utilizá-lo em outras formas para atrair novos prospetos e clientes. Relatórios, guias e vídeos de consultorias, formações, artigos, workshops ou webinários podem servir como bons incentivos de “opt-in” para crescer a sua lista de emails.
– O email marketing não estará um bocado saturado?
Não estou a falar sobre campanhas de e-mail marketing feitas “à papseco”, enviadas só em texto e sem um propósito. O texto é necessário, claro, mas rapidamente estamos a evoluir de forma a podermos embutir imagens, e link de vídeo nas nossas mensagens de forma a termos emails criativos.
Tanto empresas como empreendedores podem usar o e-mail marketing para se diferenciarem da concorrência, ao enfatizarem a criação&desenvolvimento de relações com as pessoas, e dar-lhes informação que agregue valor, e não apenas querer vender e empurrar produtos.
Quando bem feito, aquele toque pessoal será como que um movimento de mãos usado na magia para nos distrair do truque. A capacidade de nos relacionarmos com as pessoas é algo que nunca irá cair em desuso nem ficar saturado, o que faz com que valha a pena limpar o pó da sua lista de email para voltar ao ataque.