Seis tendencias de marketing para 2017

Transmissões em direto e realidade virtual são algumas das tendências que deve estar de olho em 2017.

Desde que o marketing começou a incorporar o digital, as estratégias das empresas tiveram de se adaptar à nova realidade.

Mudanças de algoritmo dos motores de busca, novas redes sociais, “memes”, vídeos que se tornam virais, tudo aquilo que consideramos como a internet atualmente e o que representa para o marketing digital obriga o marketing, empresas e marketers a adaptarem-se.

Mas não tem de seguir esse caminho sozinho.

À medida que novas tecnologias e estratégias se tornam financeiramente viáveis, elas irão começar a ser usadas nas empresas.

Aqui estão algumas previsões para o marketing em 2017.

Homem telescopio

1. Publicidade nativa

A publicidade nativa (native advertising) será a norma, não a exceção.

Com o crescente uso de ad blockers (extensões de browser que bloqueiam publicidade), a publicidade nativa é vista como uma solução para as empresas comunicarem com o público-alvo.

Anúncios nativos não são um conceito novo, mas estão a ganhar mais tração e popularidade em várias plataformas digitais.

O que é um anúncio nativo?

Não tem nada a ver com índios em ilhas paradisíacas.

Um anúncio nativo é um anúncio que se harmoniza com o seu ambiente, parecendo fazer parte do sítio em que está a ser exibido.

Por exemplo, imagine que está a ler um artigo no jornal, e numa das colunas está um anúncio. E este anúncio está escrito com o mesmo tipo de letra e o mesmo estilo de cores do artigo.

Nem parece um anúncio porque está camuflado para se misturar com o seu ambiente, é como se fosse conteúdo editorial.

Assim, no mundo online, um anúncio nativo poderia ser um banner em que o tipo de letra, cores, e estilo visual (ex.: foto ou ilustração) sejam idênticos ao site em que esse anúncio é exibido.

Isso é um anúncio nativo.

Native ad

Os ad blockers não bloqueiam conteúdo editorial e os visitantes também não, porque nem se apercebem bem que estão a ver um anúncio.

Este tipo de publicidade nativa não é nova, portanto, porque é que só agora é que está a ser falado, e porque é importante em 2017?

E a resposta é por causa do mobile.

Em finais de 2016, navegar por mobile ultrapassou o desktop pela primeira vez na história da internet.

Foi também nesta altura que mais de 300 milhões de utilizadores estavam a usar adblockers ao navegar no seu dispositivo móvel.

Sendo o mobile o dispositivo preferido para consumir conteúdos, e o ad blocking estar a ser usado nesses dispositivos, o mundo do marketing e as empresas bem se podem preparar para perder dinheiro.

A menos que usem a publicidade nativa.

Assim a previsão é que em 2017 haja um aumento forte do investimento para este tipo de anúncios.

2. Realidade Virtual (aumentada)

A realidade virtual tem sido um sonho dos entusiastas de tecnologia e de jogos há muitos anos, mas só agora chegámos a avanços sérios que permitem tornar esta tecnologia viável para as massas.

Entrámos na era da tecnologia virtual, desde a realidade virtual que se estende aos video-jogos até ao Oculus VR, uma empresa comprada pelo Facebook especializada em realidade virtual.

Mas porque é a realidade virtual/aumentada importante para o marketing.

Bem, o Facebook ao adquirir a Oculus (a tal empresa de RV), planeia chegar ao próximo nível da rede social, ser uma plataforma integrada de comunicação.

Veja este vídeo que explica isto melhor.

O vídeo é interessante… e um pouco assustador se pensar nisso.

O objetivo do Facebook – assim como de qualquer empresa – é ser lucrativo.

E o Facebook lucra com o quê? Com anúncios.

Apesar da rede social de eleição do planeta ser lucrativa, o seu crescimento está a estagnar, porque existe um limite de anúncios que eles podem mostrar a um utilizador para não estragar a experiência deste na rede social.

Assim faz sentido que o Facebook crie novas formas de interagir e envolver os utilizadores, sendo que esta realidade virtual/aumentada irá trazer novos potenciais de lhes mostrar diferentes tipos de publicidade.

3. Transmissões em direto

As transmissões em direto (Live video) serão cada vez mais populares.

O Facebook Live é prova de que o Facebook é a autoridade no mundo digital.

As transmissões em direto têm sido cada vez mais usados nos últimos tempos, quando o YouTube permitiu fazer hangouts, passando pelo Meerkat e pelo Periscope.

Mas é outra vez o Facebook que nos faz tirar o chapéu, porque através do Facebook Live, as empresas podem tirar partido disto como uma boa forma de video marketing.

Note que o Facebook Live não é usado só por ser giro: estas transmissões em direto são feitas em vídeo, portanto tem a vantagem de serem mostradas a um público que já o conhece e possibilidades de retargeting.

Eis um Facebook Live da McDonalds.

O apelo do Facebook Live é a sensação de autenticidade por ser feito em tempo real. Talvez por isso o Messenger seja mais popular com alguns utilizadores do que o email, por ser instantâneo.

As transmissões em direto permitem às empresas aumentarem a interação com os seus seguidores e amigos destes.

As pessoas gostam daquele aspeto natural e autêntico duma transmissão ao vivo, em que não há pós produção ou edição do vídeo. Esta é uma boa razão tanto para os utilizadores gostarem destes vídeos como para as empresas, porque necessitam de pouco orçamento.

4. Analítica

Não basta ter um website, presença nas redes sociais e um funil de marketing.

É necessário medir os resultados, e saber interpretar os dados que temos à nossa frente.

Se bem que esta área não seja propriamente sexy, é da responsabilidade dos marketeres e das empresas saberem medir os resultados para não estarem a criar campanhas atrás de campanhas sem saber exatamente como medir o seu desempenho.

A analítica é importante para aprendermos com os erros e melhorarmos o desempenho das próximas campanhas.

Dashboard com estatísticas em perspetiva

Neste sentido, a analítica e os dados serão tão importantes para as empresas, como para entidades políticas e governamentais.

Tanto a analítica “pequena” como a “big data” serão mais importantes para definir o rumo de campanhas de marketing, políticas e outras, que podem mudar não só o rumo duma empresa, mas também dum país.

5. Twitter

Apesar de em Portugal não ser popular, o Twitter é usado por algumas personalidades influentes, especialmente jornalistas. Lá fora, no mercado anglo-saxónico, é uma rede social bastante usada.

O crescimento do Twitter abrandou em 2016, ao ter captado apenas 7 milhões de novos utilizadores.

Também há a questão dos anúncios, que embora resultem em faturação para o Twitter, não são frequentemente usados pelas pequenas e médias empresas, sendo mais as marcas de maiores dimensões que as usam (mas talvez haja aí mesmo uma oportunidade).

twitter-passaros

Mesmo com estes obstáculos, o Twitter ainda é popular e usado frequentemente por vários utilizadores ativos e personalidades influentes nos media.

É no Twitter, devido à limitação dos seus 140 caracteres, que muitos memes e conteúdos se tornam virais, justamente por ser curto, sucinto e relevante para o público-alvo que usa esta rede social.

E com a adição dos “Moments”, o Twitter proporcionou aos seus utilizadores uma forma de abrandar o conteúdo que aparece na feed destes, de forma a poder captar os momentos mais importantes.

6. Content marketing

Content marketing (marketing de conteúdos) envolve criar bom conteúdo para atrair as pessoas que interessam para o seu negócio.

Este pode vir na forma de conteúdo educacional ou de entretenimento, sendo que o objetivo é agregar valor ao seu público-alvo e daí conseguir extrair algum benefício.

Os marketers e as empresas chegaram (pelo menos a maioria) à conclusão que empurrar produtos e serviços a toda a hora não funciona.

Por isso é necessário agregar valor às pessoas, para que confiem em nós, para nos estabelecermos como experts e eventualmente vender mais facilmente produtos ou serviços.

Conteúdo local

Atenção que nem tudo são rosas.

A quantidade de conteúdo online (artigos de blog, vídeos, infografia, etc.) é esmagadora, e cada vez mais as pessoas agarram-se ao seu tempo, não o querendo esbanjar assim sem mais nem menos.

As empresas devem então criar conteúdo que seja apelativo para as pessoas, que seja útil para a sua vida, para a sua atividade ou ideologias.

Desta forma as pessoas irão encarar as empresas como sendo algo mais que uma entidade que quer lucrar, mas que se importa também com elas.

Nas palavras sábias de Doug Kessler:

Traditional marketing talks at people. Content marketing talks with them.

Conclusão

Posso não ter uma bola de cristal, mas são estas as previsões que antecipo serem populares em 2017.

Partilhe comigo nos comentários o que gostava de adicionar a esta lista, ou aquilo que concorda ou discorda.

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2 comentários

  1. Grande João, sempre acompanho seus artigos. Essas tendências são bem parecidas com as de 2016, com exceção da Realidade Virtual. Agora o item 5, Twitter, me surpreende. Não conheço um amigo do marketing digital que usa essa rede social e sempre falam de crescimento.

    • Obrigado por suas palavras Eduardo. Boa observação em relação ao Twitter. É por vezes um paradoxo quando se fala de crescimento mas depois ninguém que conhecemos usa essa rede social. Podem ter um perfil mas não usam de forma nativa, ou seja, talvez publiquem de forma automática do Facebook para Twitter.

      Ainda assim fico surpreso com algumas celebridades e figuras jornalísticas que usam o Twitter ativamente cá em Portugal. Posso estar completamente enganado, mas prevejo que irá ter alguma atenção nos tempos vindouros.

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