O Facebook tornou-se um gigante de publicidade. Não é possível negar o seu potencial para as pequenas empresas, startups e empreendedores. O problema é que, é justamente este ambiente que tornou o Facebook a rede social mais barulhenta do planeta.

Empresas de todos os tamanhos e feitios viram uma queda dramática no seu alcance orgânico no Facebook, fazendo com que muitos tenham de fazer anúncios se querem manter-se à frente dos fãs sem se preocuparem com o alcance orgânico.

Mas muitas pequenas empresas simplesmente não têm orçamento para andar a pagar para jogar este jogo.

Teve o que pagou.

Se você está nesta posição, há várias coisas que pode fazer para aumentar o alcance orgânico da sua página Facebook sem ter de pagar por anúncios.

Não tendo um orçamento dedicado para publicidade, aprender estas táticas pode ser a sua única opção se quiser ter algum tipo de sucesso no Facebook.

Invista em conteúdo de qualidade

Sem um orçamento para publicidade, precisa de investir mais tempo e energia em criar conteúdo e posts nas redes sociais que as pessoas querem partilhar.

Conteúdo local

Então como criar conteúdo espetacular?

Não dá para andar a criar artigos medíocres e esperar que o alcance orgânico dele seja um sucesso nas redes sociais – porque não vai ser.

As pessoas não partilham coisas que não as envolvem ou com as quais não se sentem motivadas, ou que não as faz sentir mais espertas ou mais “fixes” junto dos amigos delas.

Escreva artigos longos

Artigos longos, com mais de 2000 palavras, são uma boa forma de bater a concorrência e posicionar-se como uma autoridade no seu mercado.

As pessoas gostam destes artigos longos, e o mais irónico é que a maior parte delas nem os lê por inteiro (nem sequer na diagonal), mas reconhece o esforço por trás da coisa (hey, o que interessa é a intenção, certo?).

Ícone checklist

Um bom artigo, extenso, útil e conciso deve conter:

  • links para estudos, estatísticas e recursos sobre o tema
  • Screenshots, imagens e ilustrações
  • Opcionalmente, vídeos como complemento ao artigo

Quanto mais longo e mais em profundidade for o seu artigo, mais valioso ele vai parecer aos olhos dos leitores, e terá mais partilhas neste tipo de conteúdo (que custou sangue, suor e lágrimas) do que um “artigozito” genérico e medíocre.

Crie gráficos apelativos

O ser humano é um animal que depende muito do sentido visual, por isso as imagens são importantes.

Anuncio facebook pouco texto

Já notou como as imagens têm normalmente mais likes e comentários do que posts simples de texto? A razão é simples: é mais fácil perceber e interagir com elementos visuais, especialmente nas redes sociais em que a nossa atenção é igual à dum peixe de aquário.

Fazer uso de gráficos e imagens apelativas é uma boa forma de conquistar a atenção do seu público-alvo. Quando temos alguma coisa para dizer, acompanhe isso com uma boa imagem – vê o que fiz aqui? Bem meta.

Invista no vídeo

Por esta altura já deve estar farto da palavra “invista”. Invista nisto, invista naquilo. Mas tem de ser. E o vídeo não é exceção.

Lead magnet: lista de recursos

As redes sociais colocam cada vez mais foco no vídeo nos dias que correm. Por exemplo, no Facebook existem mais de 1 bilião de visualizações de vídeo diariamente e mais de 50% das pessoas vão ao Facebook todos os dias e vêm pelo menos um vídeo.

Este tipo de estatísticas são para abrir a pestana, portanto abra bem os olhos para o vídeo e acredite que se quer ter algum tipo de impacto a nível orgânico, é com o vídeo que o vai conseguir fazer.

Conheça o seu público-alvo

Isto é senso comum, mas merece a pena ser repetido. Conheça “as suas pessoas”.

Qual é o aspeto mais importante duma página Facebook? Não são as coisas que publica na página ou os artigos que cria no blog.

A coisa mais importante na sua página Facebook é o seu público.

Quando perceber isto – e fique uns segundos a pensar nisto antes de continuar a ler – vai começar a perceber como conceber uma presença nas redes sociais que lhe vai permitir chegar às pessoas sem pagar por publicidade.

Quem é o seu público-alvo?

E para perceber o seu público-alvo, tem de fazer umas coisinhas, nomeadamente:

  • Fazer entrevistas
  • Criar um buyer persona

Entreviste o seu cliente ideal

Encontre a pessoa que representa o seu cliente ideal. Esta pessoa não tem de ser um cliente atual, embora possa ajudar na entrevista em si.

Pessoas a dar testemunhos e referencia

Eis algumas boas perguntas a fazer nestas entrevistas:

  • Como mede o sucesso da sua função?
  • Que competências e ferramentas usa no seu dia-a-dia?
  • O que significa ter sucesso na sua função?
  • Onde vai para encontrar informação para melhor desempenhar a sua função?
  • Que blogs, livros ou publicações lê?
  • Pertence a alguma associação ou grupo exclusivo?
  • Como faz network com as pessoas na sua indústria?
  • Quais os seus maiores obstáculos?

Atenção: não precisa fazer todas estas perguntas. Escolha aquelas com que se sente mais confortável.

E além do mais, por vezes quando faz uma pergunta, a outra pessoa começa a responder a outras perguntas que tinha preparado, portanto não se sinta obrigado a seguir tudo à risca. “Live a little”.

A quantidade de informação que irá obter destas questões irá ser uma autêntica mina de ouro que o vai ajudar a descer do seu cavalinho e deixá-lo mais humilde, porque pensava que até agora conhecia bem o seu público-alvo, e afinal de contas ainda há muita coisa para descobrir.

Crie buyer personas

Buyer persona é inventar uma personagem para o seu tipo de cliente ideal.

Persona com lupa

Para uma clínica de transplante capilar o buyer persona pode ser o João, que tem 35 anos, tem namorada, sem filhos, trabalha como coordenador de marketing no El Corte Inglês, é bem-sucedido no trabalho, mas ultimamente tem andando com problemas de autoestima devido às entradas que cada vez se notam mais. Já ouviu falar de transplantes mas não sabe se é seguro.

Criar uma buyer persona é uma mistura de conhecimento com suposições. Conhecimento vem do que ganhou ao fazer as entrevistas no passo anterior (e você fez as entrevistas, certo?), combinado com suposições (ou embelezamentos) sobre a personagem para o seu negócio.

[bctt tweet=”Criar uma buyer persona é uma mistura de conhecimento com suposições.”]

Quando cria artigos ou posts com uma persona em mente, torna-se mais fácil ir ao encontro das necessidades, desejos e dores daquela persona, e do seu público no geral.

Além da informação que captou através das entrevistas, uma boa personagem deve ter:

  • informação demográfica
  • detalhes sobre trabalho
  • como a sua solução resolve a dor dele
  • objeções mais frequentes ao seu serviço
  • formas de se identificar com a persona

Isto vai-lhe dar boa informação sobre o seu público-alvo, podendo desta forma criar conteúdo apelativo, aumentando bastante o nível de interação e alcance orgânico nas redes sociais sem pagar por anúncios.

Não faça estes disparates

Mesmo as maiores marcas, que têm estratégias de redes sociais todas “piriri” podem ser vítimas destes erros e cometer disparates daqueles que vou descrever de seguida.

Seja nativo à plataforma

Ser nativo à plataforma significa participar em determinada rede social da maneira que os utilizadores a usam.

Por exemplo, no Japão tiram-se os sapatos ao entrar em casa. Há países em África em que as vestes funerárias são brancas, ou vermelhas. Em certas comunidades são as mulheres que mandam (yay), e em certas tribos, os homens que mais hipóteses têm de seduzir as mulheres são aqueles que têm os dentes mais brancos (Colgate estás a prestar atenção?)

Geisha Japonesa

Crie conteúdo personalizado para cada rede social. O que funciona no Facebook não funciona no Twitter. E as coisas que coloca no Instagram devem ser diferentes das imagens que publica na sua página Facebook.

Cada plataforma tem a sua “esquisitice”, a sua cultura, e deve-se criar e publicar conteúdo com isso em mente.

Colocar a mesma mensagem em cada plataforma mostra preguiça. As pessoas que o seguem em várias redes sociais merecem a sua atenção distinta.

Imagine tratar todos os seus amigos por João – hey, João é um bom nome, mas você percebe a ideia. Os seus amigos têm um nome específico, e interesses específicos. Trate-os pelo nome deles e com o respeito e atenção que merecem. Partilhe conteúdo que esteja enquadrado no contexto e cultura de cada rede social.

[bctt tweet = “Partilhe conteúdo que esteja enquadrado no contexto e cultura de cada rede social.”]

Dê personalidade aos seus posts

Não coloque publicações genéricas e aborrecidas.

Não seja um palhaço, mas também não seja um zombie. Defina uma “voz”, e escreva ou crie conteúdo com base nessa sua personalidade.

Voz e redes sociais

Mesmo que vá afugentar algumas pessoas, provavelmente não seriam o seu tipo de cliente ideal. Não podemos agradar a todos, por isso mais vale agradar aos que são clientes.

O mundo online é variado. Se está a imitar os outros, ninguém lhe vai prestar atenção. Tenha a sua voz, a sua personalidade, e mantenha-se fiel a ela. Não queira ser tudo para todos.

Publique com frequência

Não publique irregularmente ou infrequentemente. É como ler livros de romance e acreditar em amor à primeira vista. Pode ficar completamente viciado e imerso naquela pessoa durante alguns dias, e depois fartar-se assim como quem não quer a coisa.

Frequência de envio de emails

Seja regular (como quando vamos à casa de banho), e aplique estes conceitos ao criar conteúdo e publicar os seus posts com alguma regularidade para que as pessoas já estejam à espera do seu conteúdo no dia X às horas X.

Se quer que o seu conteúdo seja visto sem pagar por anúncios, tem de ter um nível de engagement elevado. É possível fazer isto ao manter-se top of mind e publicar bons updates, frequentemente, ao longo da semana.

O sucesso nas redes sociais acaba por ser uma rede complexa de estratégia e implementação tática. Se quer ter sucesso orgânico no Facebook e noutras redes sociais, está na altura de investir… no plano certo.

Não tem de pagar por anúncios para ganhar embalagem nas redes sociais, mas irá ter de investir de outra maneira:

  • com tempo
  • com esforço/talento

Está disposto(a) a este esforço?

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