Branding o que é

O Branding é a chave para um produto de sucesso. Pode parecer vago, mas, é um dos conceitos de marketing que é preciso entender. Não só o seu significado, mas como aplicar os elementos de um bom branding à sua própria empresa.

Provavelmente pensa no seu produto como a sua marca, mas em termos de marketing, são duas coisas diferentes.

O seu produto é o que a sua empresa vende, seja algo físico ou um serviço. É provável que existam outros produtos semelhantes, ou idênticos no mercado. Mas a sua marca deve ser única.

Marca

Para entender o conceito do branding, primeiro precisamos saber o que são produtos e marcas.

Definição de produto

“Em termos gerais, um produto é qualquer coisa que possa ser oferecida a um mercado para satisfazer um desejo ou necessidade, incluindo bens físicos, serviços, experiências, eventos, pessoas, lugares, propriedades, organizações, informações e ideias” (Kotler & Keller, 2015).

Isto significa que um produto pode ser qualquer coisa, desde uma estadia num hotel, um voo, um curso, roupa, comida, escova de dentes, etc. Para ilustrar a definição de um produto e o papel que ele ocupa na definição da marca, vamos usar o exemplo da água.

A água é um recurso que todos nós precisamos para viver e sobreviver. No entanto, tornou-se um produto no dia em que empresas começaram a comercializá-la, ao vender água mineral em garrafas de vidro e plástico.

Mas a água parece sempre a mesma, não é? É líquida e transparente. Mas, como é que várias empresas conseguem vender o mesmo produto, e ainda convencer as pessoas a comprar a sua água engarrafada em vez da da concorrência? A resposta é: ao criar uma marca.

Definição de marca

Uma marca é um nome, termo, design, símbolo ou qualquer outra característica que identifica um bem ou serviço de um vendedor como distinto do de outros vendedores.

Uma marca pode ser considerada como a ideia ou imagem que as pessoas têm em mente ao pensar em específicos produtos, serviços e atividades de uma empresa, tanto de uma forma prática (por exemplo: “o sapato é leve”) quanto emocional (por exemplo: “o sapato faz-me sentir elegante”).

Portanto, não são apenas as características físicas que criam uma marca, mas, também os sentimentos que os consumidores desenvolvem em relação à empresa ou a um produto. Esta combinação de sinais físicos e emocionais é acionada quando exposta ao nome, ao logótipo, à identidade visual ou mesmo à mensagem comunicada.

Um produto pode ser facilmente copiado por outros concorrentes no mercado, mas uma marca sempre será única. Por exemplo, Pepsi e Coca-Cola têm produtos muito parecidos, porém, por algum motivo, algumas pessoas se sentem mais ligadas à Coca-Cola, outras à Pepsi.

Voltando ao exemplo da água. O produto vendido é a água, mas para convencer as pessoas a comprar uma determinada água, as empresas desenvolveram diferentes marcas de água, como Vimeiro, Monchique, Luso, Evian, etc.

E cada uma destas marcas dá um significado diferente ao produto água:

  • Vimeiro “Hidrate o seu bem-estar”.
  • Monchique “Um segredo de vitalidade”.
  • Luso “Luso, Naturalmente Equilibrada”.
  • Evian “Evian faz se sentir jovem”.

Uma marca acaba por ser como uma pessoa se sente em relação ao produto ou empresa específica. Cada pessoa cria a sua própria versão, e algumas marcas aumentam ou diminuem em popularidade devido à forma como os consumidores se sentem em relação a elas.

Definição de branding

Branding o que é isso?

“Branding é dotar produtos e serviços com o poder de uma marca”. – Kotler & Keller

Branding é o processo de dar um significado a uma organização, empresa, produtos ou serviços, ao criar e moldar uma marca na mente dos consumidores.

É uma estratégia criada pelas organizações para que as pessoas rapidamente se identifiquem e experimentem a sua marca, e dar-lhes uma razão para escolher os seus produtos em detrimento dos da concorrência, ao esclarecer o que é e o que não é essa marca em particular.

O objetivo é atrair e reter clientes e stakeholders, ao ter um produto sempre alinhado com o que a marca promete.

Quem envolve?

  • Consumidores: Conforme discutido acima, uma marca oferece aos consumidores uma ajuda para a tomada de decisão quando se sentem indecisos sobre o mesmo produto de diferentes empresas.
  • Funcionários / acionistas / terceiros: Além de ajudar os consumidores a distinguir produtos semelhantes, as estratégias de branding bem-sucedidas também contribuem para a reputação de uma empresa. Esse ativo pode afetar uma série de pessoas, desde consumidores a funcionários, investidores, acionistas, fornecedores e distribuidores. Por exemplo, se não gosta ou não se sente ligado a uma marca, provavelmente não gostaria de trabalhar para ela. No entanto, se sente que a marca o entende e oferece produtos que o inspiram, provavelmente deseja trabalhar para ela e fazer parte do seu mundo.

Como pode ser feito?

As empresas tendem a usar diferentes ferramentas para criar e moldar uma marca. Por exemplo, o branding pode ser alcançado através de:

  • Definição de marca: propósito, valores, promessa
  • Posicionamento da marca
  • Identidade da marca: nome, tom de voz, design de identidade visual (que inclui o design de logótipo, paleta de cores, tipografia…)
  • Publicidade e comunicação: TV, rádio, revistas, outdoors, website, aplicações móveis…
  • Patrocínios e parcerias
  • Design de produto e embalagem
  • Experiência na loja
  • Experiência no espaço de trabalho e estilo de gestão
  • Atendimento ao Cliente
  • Estratégia de preços

Porque o branding é importante?

O branding é absolutamente crítico para qualquer negócio devido ao impacto geral que causa numa empresa. O branding pode mudar a forma como as pessoas percebem uma marca, pode gerar novos negócios e aumentar o valor da marca, mas também pode fazer o oposto se for feito de forma errada ou não for feito.

A reputação constrói-se, quer a empresa faça algo a respeito ou não. O resultado pode ser uma boa ou má reputação. Ao entender e usar o branding é que se toma as rédeas e tenta controlar a reputação. É por isso que é recomendável considerar o branding desde o início do seu negócio.

Ao contrário do que se pensa, o branding não é uma “tática de marketing cara que apenas as grandes marcas usam”. Pelo contrário, o branding tem muito a ver com o bom senso e é fortemente influenciado pelo mercado em que está e pelo nível em que deseja jogar.

O branding envolve uma mistura consistente de diferentes competências e atividades, de modo que o seu custo pode variar muito de caso para caso.

Por exemplo, o branding de uma empresa internacional com vários produtos será muito mais desafiador e consumirá muito mais recursos do que uma empresa local. Não existe uma abordagem única para todos.

O branding aumenta o valor de negócio

O branding é importante ao tentar gerar negócios futuros, e uma marca fortemente estabelecida pode aumentar o valor de um negócio, dando à empresa mais influência no setor. Isto torna uma oportunidade de investimento mais atraente devido ao seu lugar fortemente estabelecido no mercado.

O resultado do processo de branding é a marca, e esta incorpora a reputação e o valor que vem como resultado. Uma reputação forte significa uma marca forte que, por sua vez, se traduz em valor. Esse valor pode significar influência, preço premium ou memorização.

A marca é um ativo de negócios que também possui valor monetário e deve ter um lugar no balanço de uma empresa, porque aumenta o valor geral da empresa.

Embora este seja um tema polémico e uma tarefa difícil para muitas empresas, dar peso financeiro à marca é tão importante quanto o próprio branding.

O branding gera novos clientes

Uma boa marca não terá problemas para angariar negócios de referência. Uma marca forte geralmente significa que há uma impressão positiva da empresa entre os consumidores, e é mais provável que faça negócios com a sua empresa devido à familiaridade e à confiança que já têm na marca. Uma vez que uma marca esteja bem estabelecida, o marketing boca a boca será a melhor e mais eficaz técnica de publicidade da empresa.

Assim, como a reputação de uma pessoa, a reputação de uma marca a precede. Uma vez estabelecida uma certa perceção da marca no mercado, inicia-se uma incontrolável cadeia de propagação.

O marketing boca a boca vai passar a perceção e reforçar ainda mais, ou se as coisas não correrem bem manchar a reputação dessa marca. Se a reputação for positiva, novos clientes podem entrar em contacto com a marca, tendo em mente uma associação já positiva, que os torna mais propensos a comprar dessa marca do que da concorrência.

Melhora o orgulho e a satisfação dos funcionários

Quando um funcionário trabalha para uma empresa de uma marca forte, eles ficam mais satisfeitos com o seu trabalho e têm um grau maior de orgulho no trabalho que realizam.

Trabalhar para uma marca que é respeitável e respeitada entre o público torna o trabalho para essa empresa mais agradável e gratificante.

Como mencionado anteriormente, os stakeholders de uma marca não são apenas clientes, mas também funcionários. Devemos estar cientes de que a interação humana é a base do comércio, e os funcionários são a primeira linha de comunicação de qualquer marca, são os primeiros embaixadores.

Os funcionários que têm uma boa associação com a marca perpetuarão essa perceção ainda mais para os clientes e parceiros com os quais interagem. Isto também se pode traduzir em melhor liderança, mais envolvimento e melhores produtos e serviços.

Cria confiança no mercado

A reputação de uma marca, em última análise, se resume à quantidade de confiança que os clientes podem ter nela. Quanto mais se confia numa marca, melhor é a perceção dela, mais forte é a sua reputação e, portanto, a própria marca.

O branding procura a maneira certa de conquistar e manter um certo nível de confiança entre a empresa e os seus stakeholders. Isso é feito ao estabelecer uma promessa realista e atingível que posicione a marca de uma determinada maneira no mercado e, em seguida, cumpra essa promessa.

Bastante simples, se a promessa estiver a ser comprida, a confiança mantêm-se nas partes interessadas. Em mercados altamente competitivos, a confiança é especialmente importante porque pode fazer a diferença entre a intenção (considerar comprar) e ação (fazer a compra).

Como criar a sua marca

Na sua essência, uma marca é influenciada mais por como é percebida, ou seja, pelo público do que pelo que as pessoas que compõem a própria marca acreditam que ela seja.

Por mais estudos de mercado que sejam feitos, se os consumidores considerarem uma marca pouco autêntica e menos genuína do que a dos seus concorrentes, talvez esteja na altura de considerar o seu posicionamento.

É por isso que a pesquisa de marca, que inclui perguntar aos clientes existentes e potenciais como eles percebem a sua marca, tem um papel fundamental no desenvolvimento da marca.

Provavelmente, já deve ter notado como algumas marcas parecem crescer ou desaparecer dependendo de como o público percebe a sua imagem.

O mesmo acontece com celebridades ou programas de TV: assim que o sentimento em relação a uma marca muda, a popularidade pode aumentar ou diminuir muito rapidamente.

Por este motivo, é importante ser transparente, consistente e reflexivo.

Que associações as pessoas fazem com a sua marca? São as associações com as quais está satisfeito ou prefere que a sua marca seja percebida de maneira diferente?

Se a forma como a sua marca é percebida não está de acordo com o que quer transmitir, qual o motivo de isto acontecer? Se é porque não reflete com precisão a sua marca, o que pode fazer para mudar isso?

Estes são apenas alguns dos fatores a serem considerados ao começar a desenvolver a sua marca.

Existem elementos externos, como avaliações, comentários e recomendações boca a boca, que estão fora do seu controlo. Eles podem ser positivos ou negativos, mas influenciarão a perceção da sua marca.

É por isso que é tão importante ter uma compreensão completa e abrangente do branding intencional, para que possa promover ativamente as mensagens que desejam que o público associe a sua marca.

E começa com a definição do seu produto.

Definição do produto

Se uma marca pode ser definida por associações e perceções, então o produto pode ser definido como o resultado específico dessa marca. O produto, assim como a própria empresa, beneficiam das associações que a marca faz, ajudando o negócio, ou produto, a se tornar confiável e distinto.

O seu marketing, cultura da empresa, publicidade e design podem influenciar o desempenho da sua marca e também o desempenho do seu produto no mercado.

Portanto, usar a sua marca para definir o seu produto, por exemplo, usar fontes, cores e slogan que o diferenciam de outros no mercado pode aumentar o seu desempenho e até levar os consumidores a pagar mais por ele do que por outras marcas que não são percebidas como premium.

A Louis Vuitton, é um exemplo de uma marca que desenvolveu uma perceção clara de si mesma como retalhista premium de produtos de luxo. O seu logotipo LV distinto, de tons acastanhados e padrões em forma de diamante são associados a marca.

Embora, existam milhares de malas castanhas no mercado, os clientes estão dispostos a gastar uma quantia significativa a mais por um design da Louis Vuitton.

Quatro coisas que todas as marcas precisam

O branding é uma área vasta e muitas vezes vaga do marketing, e é fácil sentir-se sobrecarregado ao tentar lidar com a brand persona, as mensagens, o design e tudo o que se enquadra no branding de uma marca.

Para ajudar a simplificar essa tarefa, vamos nos concentrar nos quatro elementos-chave que irão impulsionar a sua estratégia de branding.

1. Consegue entender a sua marca?

Não existe próximo passo no seu branding, se você e todos os que trabalham para a sua empresa não entendem exatamente o que é a sua marca e o que ela representa.

Esteja a lançar uma marca, reavaliando uma marca existente ou reposicionando a sua marca para segmentar num nicho diferente, é vital entender quem é a sua marca e como se encaixa nas necessidades do seu público.

O que oferece? Como é diferente? Porque está a fazer isso? Como pode ser melhor apresentada para atrair o seu público-alvo? Estas perguntas podem ser aplicadas a qualquer negócio, em qualquer setor. E elas são a base para entender a sua marca.

A resposta a estas perguntas definirá como a sua empresa opera, desde o atendimento ao cliente até as comunicações de marketing e a aparência do seu site.

Estando a sua marca lançada, ela imediatamente se torna a cara do seu produto e os consumidores começarão a construir as suas associações com ela. Portanto, deve ser consistente em todos os seus produtos, a sua publicidade e todas as suas comunicações.

2. Qual é a sua visão

A visão da sua marca não é apenas sobre a sua proposição e como vê o mundo. Também, é sobre o futuro da sua marca e como se encaixa na vida das pessoas a longo prazo.

Pode ser tão simples quanto adaptar-se para atender novas necessidades, ou abordar questões práticas para oferecer o seu produto de uma maneira totalmente nova.

Seja qual for a sua visão para o futuro, deve ter clareza sobre o objetivo final para que possa configurar sistemas para ajudá-lo a alcançá-lo.

Um exemplo de marca que entende a sua visão é a Patagonia, cuja declaração de visão é “Estamos no negócio para salvar o nosso planeta”.

Destaca a missão da marca de ajudar a salvar o meio ambiente e limitar o impacto ecológico, ao criar produtos intemporais e duradouros que durarão por gerações ou serão reciclados para criar novos materiais.

A Patagonia doa dinheiro, tempo e serviços para apoiar causas ambientais e construiu uma marca clara em torno da sua visão de retribuir ao planeta.

Isto atrai os seus clientes e, num mundo cada vez mais consciente da necessidade de deter as mudanças climáticas, também está a atrair novos públicos.

3. Que valores mantêm?

Criar um conjunto de valores completamente exclusivo para a sua marca pode ser um desafio. Segundo uma pesquisa a maioria das empresas partilha os mesmos dez valores: qualidade, abertura, inovação, responsabilidade, justiça, respeito pelo indivíduo, fortalecimento, paixão, flexibilidade, trabalho em equipa e orgulho.

Quando consideramos estes valores bastante óbvios, não é difícil pensar nas marcas que os incorporam bem e nas marcas que parecem falsas quando tentam empurrar essas mensagens.

É, por isso, que a comunicação dos valores da sua marca é realmente mais importante do que os próprios valores. Por exemplo, se a sustentabilidade é um dos seus principais valores, a maneira pela qual comunica isso de forma explícita e implícita ao seu público afeta a maneira como eles veem a sua marca.

Portanto, vamos supor que tem uma marca de roupas que promove mensagens de sustentabilidade, e que o seu fornecedor não é tão ético, o valor da sua marca parecerá tão falso quanto uma empresa de petróleo reivindicando valores de sustentabilidade.

É importante escolher valores genuínos que possam ser autenticamente apoiados pela missão e pelas práticas da sua marca e comunicá-los de maneira natural.

4. Como é a sua personalidade?

A personalidade da sua marca resume-se ao tom de voz, design e linguagem que usa para apresentar a sua marca externamente e internamente. A sua personalidade pode ser experiente e profissional, divertida e bem-humorada, ou relaxada e amigável.

A sua personalidade deve atrair o tipo de pessoa que compõem o seu público-alvo e deve ser quase como outra pessoa com quem eles possam se relacionar.

Não precisa refletir as personalidades da sua empresa, mas contratar funcionários que se encaixem na buyer persona ajudará a influenciar todas as suas comunicações de maneira mais natural.

Estes quatro pilares devem ajudar a entender o tipo de marca que deseja construir e como ela pode ser usada para atrair certos tipos de pessoas.

Simplesmente entender os valores, a visão e as buyer personas que sustentam a sua marca o ajudará a desenvolver comunicações mais bem-sucedidas com o seu público.

Como os mercados modernos mudaram o branding

Na última década, uma revolução na comunicação digital transformou o cenário do marketing. Não só mudou e introduziu novas plataformas que as marcas usam para anunciar os seus produtos, como também dá ao consumidor um nível mais alto de controlo.

De avaliações de clientes a expectativas quase instantâneas de atendimento ao cliente, as redes sociais e a internet como um todo aumentaram a voz do público e o seu poder de influenciar outros consumidores.

Também, deu origem a novas marcas que estão mais adaptadas para navegar no marketing digital do que algumas grandes marcas que permanecem agarradas ao passado.

Embora a Apple e a Google continuem a ser duas das empresas mais influentes do mundo devido ao seu lugar no mundo da tecnologia, pessoas e celebridades estão a começar a destacar-se como marcas.

Atualmente, os consumidores estão mais interessados no que os outros consumidores têm a dizer sobre as marcas, do que no que as marcas dizem sobre si mesmas. Isto tem um grande impacto no mundo da publicidade e pressionou as marcas a cumprir os seus valores e visão.

No Twitter, Tripadvisor e TrustPilot, nenhuma marca está a salvo do escrutínio público, e com razão. A internet responsabiliza as marcas, mas pode usar isso para criar uma marca verdadeiramente genuína que entende o poder e as expectativas do público digital desde o início.

Branding em diferentes áreas de negócio

Muitas das regras do branding aplicam-se a todas as empresas, independentemente da indústria ou setor. No entanto, existem alguns elementos, como os valores que escolhe, que são mais relevantes para alguns setores do que para outros.

Da mesma forma, que o tipo de negócio que se está administrar influencia a sua marca e como escolhe se comunicar com diferentes públicos e setores.

1. Empresas do setor público

O branding para organizações do setor público está mais focado na imagem pública e na gestão da marca. Por exemplo, um hospital público, a autoridade tributária ou a GNR não precisam atrair vendas como as marcas comerciais. Mas, precisam que o seu público entenda quem são, o que fazem, e o que representam.

Embora as organizações do setor público devam sempre ter um branding claro na forma de um slogan, logótipo e detalhes de design, como fontes e cores, que são automaticamente reconhecíveis, muita da gestão da perceção de uma marca pública resume-se às campanhas.

Por exemplo, se uma força policial estiver a realizar uma campanha para reprimir um determinado tipo de crime e quisesse aumentar a consciencialização e o apoio do público, essa campanha tem de incluir claramente todo o seu branding juntamente com mensagens fortes sobre os seus valores e visão.

2. Serviços como um produto

Se o atendimento ao cliente é uma grande parte do seu negócio, por exemplo, se sua oferta é um serviço como seguros, ou se tem lojas físicas com funcionários de serviço como um café ou uma mercearia, então a sua marca é o espelho de como o seu serviço é prestado.

Por exemplo, se a sua marca se orgulha da sua personalidade descontraída e amigável, os funcionários do atendimento devem transmitir isso, em vez de ser excessivamente profissionais e sérios e vice-versa.

Da mesma forma, que se falar sobre o serviço de alta qualidade que a sua marca oferece, toda a sua equipa de serviço deve ser altamente treinada em como fornecer isso aos seus clientes.

Neste tipo de indústria, muitas marcas acham útil contratar funcionários com experiência em atendimento ao cliente, em vez de funcionários com experiência na área específica do negócio. Uma vez que estejam com a sua marca, os funcionários podem aprender os detalhes do que você faz.

Mas, entregar um ótimo serviço é mais difícil de ensinar para aqueles que podem não se sentir aptos a ser o rosto de uma marca.

3. B2B

Como a sua marca é percebida não é importante apenas para empresas voltadas para o consumidor. As marcas business-to-business também precisam vender os seus produtos ou serviços da mesma maneira, apenas para um tipo diferente de consumidor.

Os princípios do branding são relevantes, pois a pessoa que decide se a sua empresa é ou não adequada para a dela ainda estará suscetível às mesmas associações e preferências de um consumidor comum.

Nestes casos, pode ser mais útil para a sua marca se enquadrar como profissional e especialista em vez de amigável e bem-humorada, mas ainda assim precisará encontrar o seu nicho de mercado para atrair outras empresas com as quais deseja trabalhar.

4. Startups

Começar um novo negócio vem com grandes desafios. Mas, um benefício para a sua marca é que pode avaliar o mercado existente e encontrar um nicho em que a sua empresa se encaixa.

Pode analisar as marcas existentes, perceber os seus pontos fortes e francos, e decidir como a sua marca pode falar com um público específico de uma forma melhor e mais envolvente do que a concorrência.

Além do poder de adaptação, as startups podem ser ousadas com a sua ambição. Ninguém tem expectativas ou associações com a sua marca, portanto, se disser que é sustentável, premium ou focado nas pessoas, o público ficará mais inclinado a acreditar em si.

Como construir e comunicar a identidade da sua marca

Criou a sua marca e tudo parece óbvio para si, mas como o seu público-alvo e os seus potenciais clientes entendem o que a sua marca é? Tem de lhes transmitir que a sua marca é diferente da dos seus concorrentes e é de confiança, antes de trocar pela sua.

Uma das melhores técnicas de marketing para transmitir a imagem da marca ao público é através do storytelling.

Pode contar a sua história com um logótipo ou slogan que represente o que faz. Pode escolher cores que tenham conexões culturais, por exemplo, verde para produtos frescos ou biológicos. Pode usar o seu site e outras plataformas para contar a sua história.

O Airbnb, por exemplo deixa o storytelling para os próprios anfitriões e visitantes. A sua secção de comentários é um dos principais elementos de cada página, portanto, os anfitriões e as casas que compõem o seu serviço explicam exatamente o que eles têm a oferecer.

O storytelling não deve ser apenas sobre a experiência do seu negócio, mas como tudo o que faz alimenta os valores da sua marca e dos seus clientes.

Este tipo de storytelling, também é um bom exemplo de como construir a credibilidade da sua marca. As avaliações são uma das fontes de informação mais confiáveis que os clientes procuram antes de fazer uma compra. Portanto, se for sincero sobre a qualidade do seu produto e serviço, não se importará em colocar as avaliações da sua marca em primeiro lugar.

Atualize a sua marca

Não importa à quanto tempo a sua marca existe ou quão bem estabelecida está, manter a sua marca atualizada e relevante é vital.

Certamente, já notou que muitas marcas mudam os seus logótipos, cores e mensagens com o passar dos anos. Não se trata de reformular completamente o que eles fazem, mas sim de adaptar a marca para se adequar à maneira como os serviços, valores e visão evoluíram ao longo do tempo.

Mesmo uma marca tão grande como a Coca-Cola já fez redesign do logótipo, formas de garrafa e até mudou as suas cores. Portanto, não pense que a sua marca já cresceu o suficiente e ficou muito conhecida que não é preciso fazer mudanças.

Outro elemento importante do branding que por vezes se pode chegar à conclusão que precisa de uma atualização é o nome. Claro, mudar o nome de uma empresa não é uma decisão que deve ser tomada de ânimo leve.

Mas, se a sua visão, valores e serviços mudaram tanto ao longo do tempo, que o seu nome já não representa mais quem a sua marca é ou o que faz, ou desenvolveu associações com algo com o qual a sua marca não se relaciona mais, então pode ser uma opção plausível.

Num mercado saturado com tantas marcas concorrentes, deve escolher um nome fácil de entender e que se destaque da concorrência. Deve representar exatamente o que a sua marca faz, sem parecer confuso ou difícil de lembrar.

Afinal, se o nome do seu concorrente for mais fácil de dizer ou soletrar, é mais provável que seja o da concorrência a ser lembrado quando os consumidores precisarem desse produto.

Branding e design

Embora a sua marca seja definida por muito mais do que apenas pelo seu logótipo, o design desempenha um papel importante na sua identidade. É o que o seu público-alvo vai ver mesmo antes de saberem o que é ou quem é a sua marca.

Pense em algumas das maiores marcas do mundo, Nike, McDonalds, Apple, os seus logótipos vêm à mente quase em sincronia com o seu nome.

Portanto, enquanto a sua estratégia de branding será o que atrairá e reterá o seu público, o seu logótipo é o elemento que tem o poder de ficar na mente das pessoas.

Pense no design da sua marca como o fator de conexão entre os motivos da sua marca menos tangíveis e como os comunica com o seu público.

No entanto, o logótipo da sua marca não é o único elemento de design identificável no qual a sua marca se deve focar. Ao desenvolver um manual de normas, também deve considerar os seguintes elementos de branding:

  • Cores
  • Formas
  • Tipografia
  • Valores
  • Sons

Depois de definir como cada um destes elementos de branding será exibido, sentido e parecer para a sua marca, pode garantir que eles sejam implementados em todo o seu marketing e comunicações. As diretrizes da sua marca, também podem incluir as suas instruções verbais e pessoais de marca.

Conclusão

Em palavras muito simples, um produto é o que você vende, uma marca é a imagem percebida do produto que você vende e o branding é a estratégia para criar essa imagem.

Espero que este artigo o ajude a ter uma ideia mais clara do que significa o branding. Se tiver algum comentário ou sugestão para melhorar o artigo, não hesite em partilhar os seus pensamentos nos comentários abaixo.

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